segunda-feira, 7 de maio de 2018

Assistência em Portugal

Não tenho escrito não pela falta de tempo, mas pela falta de assunto.
A verdade é que viver com uma doença não é uma vida de acontecimentos. Alguma hora isto tudo passa a ser 'normal', rotina.
Sinto que os posts passarão a ser de assuntos aleatórios! (hahah)
Vou completar cinco meses de país novo, e uma atenção diferente à minha saúde.
Eu ando descuidada, aquela coisa de exercícios e alimentação tem fugido de mim. Simplesmente porque o inverno para um brasileira que sempre viveu a sombra dos 40º é algo para se levar em conta.
Mas, em todos esses anos, tenho algo que nunca tive: um especialista do meu ladinho (literalmente).
As vezes me perguntam: e então, já descobriram o que você tem?
Não, e nem sei se vão.
Seguem meus relatos com minha nova assistência.
Cheguei em Portugal; me inscrevi no centro do saúde, mostrei uma carta da minha médica do Brasil, com todo meu histórico médico.
Problema 1: tenho acesso à saúde integral, mas não tenho número de utente, devido a meu tipo de visto. O que isso quer dizer? Quer dizer que os tratamentos com médicos especialistas são feitos nos centros hospitalares e como todo os sistema é digital, eles não conseguiam me marcar consultas pela falta do tal número. Esse número é como se fosse nosso número do SUS.
A médica de família fez uma carta escrita, e eu fui até o hospital explicar minha situação. A resposta foi: vamos avaliar o seu caso e entraremos em contato.
E entraram? Nunca mais...
Alguns dias depois eu fiquei mal, prevendo a possibilidade de um novo surto; eu não ligava; minha cabeça não funcionava. Então lá fui eu ao serviço de emergência do hospital. Resultado? Fui avaliada pela equipe de neurologia, onde APARENTEMENTE eu não tinha um novo surto, mas precisaria ser confirmado em uma consulta, que me colocaria em pelo menos 6 meses de espera.
Decidi que ia ao médico particular, e pedi uma recomendação. Me recomendaram a própria médica do hospital, e lá fui eu.
Consegui marcar uma consulta que me custou 80 euros. É caro nos padrões daqui? É muito! Mas sabem quanto me custava uma consulta com minha especialista no Brasil? 700 reais.
Ela me pediu uma ressonância e disse: após o resultado vou passar a te acompanhar pelo hospital.
E assim foi. Marcamos as consultas pelo centro de Neurologia e comecei a ser acompanhada.
A médica me disse que eu não estava em novo surto, mas que também não sabia compreender a minha doença e precisava de um tempo para estudar.
E estou esperando, sem grandes convicções acerca de algum super diagnóstico.
Vejo as pessoas daqui falando: essa saúde é realmente péssima. E fico pensando com meus botões: Como assim querido? vou te levar pro Brasil pra você ter uma amostra grátis de saúde péssima.
Eu pedi acompanhamento psicológico, o que passei a ter pelo hospital, sem ter que pagar nada.
O meu medicamento, que tomo 4 caixas por mês, no Brasil me custava 170 reais em média, a caixa. Aqui? Com a receita do hospital pago 1,80 euros em cada caixa. (você não leu errado: a bagatela de um euro e oitenta centimos).
O consultório da minha nova médica fica a 200 metros da faculdade? Pra um autoimune isso é qualidade de vida! É a calma de saber que se tudo der errado você dá alguns passos e finge desmaio na frente da sua médica. É PAZ! hahaha

Beijos, Mari.

E aí Mari, como é morar em Portugal? FINAL HAHAH

Tenho percebido que as pessoas tem visto Portugal como 'o Eldorado', como o lugar mais maravilhoso e perfeito. Meus posts têm bem e...