Hoje eu acordei refletindo sobre o quanto as coisas são transitórias; sobre quanto nossas vidas são inconstantes e mutáveis. Ontem meu surto fez aniversário: 90 dias. 90 dias que me fizeram capazes de sentir todos os sentimentos do mundo: certeza, incerteza, felicidade, tristeza, ansiedade, gratidão, e até mesmo ingratidão; nem que pudesse conseguiria listar todos.
Sempre que possível quero falar dos meus aprendizados; acredito que de nada vale essa vida se a gente não aprende nada com ela.
Apesar de toda doença física, eu descobri que também precisava curar minha alma. E é isso que tenho feito. Tenho procurado meios de tudo isso ter um significado. Talvez seja um pouco ambicioso ou prepotente da minha parte, mas eu também decidi que esse 'presente de grego' seria minha ferramenta pra ajudar o mundo, ou quem quer que seja que precise. Me senti feliz ao ver o espanto em tantos rostos dizendo: é fantástico ver você enfrentando isso, enquanto eu pensava: essa sou eu vivendo minha vida de verdade. Acreditem, toda essa força é real, bonita e inspiradora, mas os momentos ruins vêm na mesma intensidade. E eles foram muitos, e muitos, e muitos.
As vezes a gente acorda desejando ser café com leite (como dizem no Acre). Já que já estou em desvantagem, espero pelo menos que o resto da vida pegue leve comigo; que ilusão! As pessoas não vão gostar mais de você por isso, os romances não vão engatar só por que você é um exemplo de vida, sua carreira não vai te esperar. A vida continua nos mesmos moldes. Como meio de curar a alma eu aprendi a dizer não, aprendi a respirar, aprendi a fazer só o que eu quero (mentira, eu não aprendi nada, mas decidi que vou), a nossa sanidade depende disso. Viver é o melhor remédio.
Eu tirei férias, o meu corpo precisava, mas minha cabeça precisava dobrado. Fui cumprir uma missão esplêndida: ir ao Rock in Rio ver minha banda favorita. O que era felicidade, quase virou sofrimento; eu só pensava que ia morrer no meio do show (kkkkkk, drama queen). Mas embora eu saísse por ai dizendo que eu iria até rastejando, meu medo foi real, e bateu na porta do meu coração até eu ver o Adam Levine no palco. Então me dei conta que sem ter passado por todas essas coisas, provavelmente essa experiência teria muito menos valor; ela teria sido apenas muito boa, mas diante de tudo que enfrentei para estar ali, ela foi fantástica.
Fisicamente eu estou bem melhor, os dias difíceis já se foram. Eu ainda tenho sintomas, mas sm poucos dias eles são um desafio, como já foram no começo. Eu continuo sem diagnóstico. Fui numa equipe especializada de neurologistas no Einstein em São Paulo e ouvi tudo que já sabia. Doença autoimune, inflamatória, etc, etc. Descartamos a Esclerose Múltipla. A parte boa, provavelmente essa doença ainda vai ter muito que me ensinar; a parte ruim? A doença ainda vai ter muito o que me ensinar.
Beijos, Mari.
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