terça-feira, 3 de julho de 2018

E aí Mari, como é morar em Portugal? FINAL HAHAH

Tenho percebido que as pessoas tem visto Portugal como 'o Eldorado', como o lugar mais maravilhoso e perfeito.
Meus posts têm bem essa intenção de dizer: hey pipou, aqui tem problemas também.
Perco algum tempo do meu dia lendo grupos de Facebook onde as pessoas acham que tudo vai ser fácil, que vão ficar ricas e vão conseguir um emprego fácil. Olha kiridos, as coisas não são bem assim.
Se o seu foco é qualidade de vida, venha pra cá. As cidades são lindas, as coisas (na maioria) funcionam, nunca me senti TÃO segura na vida, o transporte público é uma maravilha e, embora algumas pessoas discordem de mim, foi aqui que eu e minha amiga autoimune recebemos a atenção de saúde GRATUITA que sempre merecemos. Algumas pessoas reclamam da demora pra se conseguir consultas com especialistas, o que é de fato verdade; mas para doentes crônicos feito eu, isso aqui é o paraíso.
O outro lado é, não tem bons empregos de sobra. Não queria dizer que os subempregos são ruins, são todos dignos, mas tem muita gente que vem achando: eu sou nutricionista aqui e lá vou arrumar um emprego na minha área e ser feliz. Calma de novo kirido. A maioria das pessoas qualificadas aqui, vão embora. Algumas profissões exigem que você valide seu diploma, o que costuma ser um processo demorado e CARO (assunto para outro post). E acreditem, conheci bons profissionais, com excelentes currículos ganhando pouco mais de um salário (diga-se de passagem, é o que acontece com a maioria).
Portugal é bom? Depende do seu foco. Quer fazer um mestrado? doutorado? Acredito que vale a pena. Existem excelente universidades a excelentes preços. Quer ficar rico? Esquece. Sucesso profissional? Pouco provável. Qualidade de vida? Aí sim!
Espero que tenham gostado do meu pequeno resumo (nada incentivador) sobre morar aqui.

Beijos, Mari.

domingo, 24 de junho de 2018

E aí Mari, como é morar em Portugal? (parte 2)

Talvez esse post tenha umas 50 partes.
Hoje eu não vou falar de Portugal, especificamente.
Eu sempre me considerei uma alma livre, totalmente desapegada. Quem me conhece sabe disso.
Morei muito tempo fora de casa, dos 17 aos 25. Nunca tive problemas. É claro que os problemas de saudade sempre estavam lá, e ao final de tudo eu sabia que podia pegar um avião e correr pra casa.
E os brasileiros podem ter todos os defeitos do mundo, mas eles fazem sempre você se sentir em casa.
Acho que passamos muito tempo procurando pelo problemas, sem procurar as coisas boas. E temos ainda um defeito que é aquele velho dar valor apenas quando perdemos.
Mudar de país me fez reafirmar convicções que eu tinha, e mudar de idéia quanto a outras coisas que SEMPRE acreditei.
Eu sempre tive um problema com meu estado, nunca fui bairrista. Sempre achei as coisas atrasadas, complicadas, e continuo achando. Mas estando aqui agora, eu sinto saudade todos os dias do aconchego de lá. Das coisas que comia, das pessoas que conhecia, das rotas, das rotinas; de entender o funcionamento, de saber pra onde ir, como ir, o que esperar. Eu só descobri o tanto que amava isso (quando achava odiar) quando vim pra cá.
Eu sempre falo com muito drama sobre essa minha experiência, e tenho certeza que todo mundo que ouve de fora acha que pode ser um exagero.
Estar em outro país demanda muita maturidade, pelo menos pra nós, brasileiros, que fomos criados pra ser rodeados de pessoas, e gestos, e tudo. Deixo claro que certamente existem pessoas com outras experiências, mas essa é a minha.
Essa experiência tem sido uma crueldade com meu coração frio. Eu gostaria de ser das pessoas que sentem saudades, ligam, choram.
Eu sinto saudades e me escondo, pq o contato me faz desmoronar todo o castelo de segurança que eu tento construir.
Mudar de país é se sentir sozinho mesmo com tantas pessoas ao redor. É não saber o que esperar das pessoas, é perder seu escudo natural quando as coisas não saem como você espera; e desmoronar. É quase como uma TPM eterna, aquela em que quando te chamam de feia você chora, chora e chora.
Muito sinceramente meu saldo tem sido negativo. Estruturalmente é tudo muito lindo e seguro e maravilhoso. Emocionalmente? Mais vale as pessoas da sua cidade pequena, falando mal da sua vida, mas pelo menos se esforçando pra que você nunca esteja sozinha no meio da multidão.

Beijos, Mari.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

E ai Mari, como é morar em Portugal?

Quando eu for menos tímida, eu vou fazer um vídeo sobre isso.
Por enquanto eu vou escrever. Eu recebo muito essa pergunta. Quase que diariamente alguém me pergunta, querendo criar coragem pra mudar, e eu acho que acabo desanimando as pessoas (hahaha).
Até hoje eu achava que estava sendo ingrata com essa oportunidade, mas hoje eu vi um vídeo de outros brasileiros que moram aqui também, e concluí que eu estou sendo apenas realista.
Algumas pessoas quando mudam ficam muito deslumbradas. Não aconteceu comigo.
A verdade é que mudar do país, emocionalmente falando, não é nada fácil.
Eu fiquei meses fazendo contas, e achando que isso seria o paraíso. Esqueci de fazer as contas emocionais.
Portugal é lindo. Eu amo essa sensação de viver em filme; de pegar o ônibus e ver uma paisagem linda, todos os dias. Amo a idéia de morar num país menor que meu estado, e ter coisas incríveis pra conhecer.
Adoro saber que vou ralar uns anos na faculdade, mas vou ter um diploma europeu e vou ter meu título de mestre, que tanto sempre quis.
Mas houveram muitas coisas sobre as quais não pensei, e sobre elas eu vou falar agora.
1) O frio: eu mudei em pleno inverno. E sempre ouço as pessoas dizendo: Nossa, eu amo o frio. A não ser que você seja do sul, eu não aceito sua justificativa (kkkkk). Os dias começam quase 9 da manhã, escurecem as 16. Você mal anda, a roupa mal seca, tem que acordar cedo, tomar banho, sair da cama. É uma tortura que dura meses a fio. E gente, esse Porto chove toda a água do mundo no inverno. Não é chique, nem bonito, nem confortável. Nem os europeus gostam. As pessoas andam tristes. O mais engraçado é notar a mudança de humor quando o calor começa a aparecer.
2) Facilidades: eu achei que o Brasil era burocrático, até que mudei pra Portugal. GENTE. GENTE. Pra quê? Eles complicam tudo que podia ser fácil. Desde o aplicativo do banco ao processo de qualquer coisa na faculdade. Outro problema nas facilidades. Portugal não é feito o Brasil, que você encontra loja de tudo a toda esquina. Por incrível que pareça, não tem muitas opções de produtos, cosméticos. A gente acha? Acha! Mas fica ali naquela loja maior que fica a mil km de distância da sua casa. Uma farinha de arroz que tem em qualquer mercado do Brasil, aqui as vezes você só encontra na loja online do mercado 'x'. Ai, como eu sinto saudade daquelas farmácias cheeeeeias de tudo (lágrimas...);
3) Preconceito: eu sempre via vídeos, e as pessoas diziam desse preconceito, e eu achava que ia tirar de letra; pura ilusão. Falando de Portugal, algumas pessoas acham o Brasil o lugar mais incrível e amam os brasileiros, e outras viram os olhos só de ouvir você 'falar brasileiro' (sim, pq aqui não falamos português, falamos brasileiro).
O preconceito existe. Me deparei inúmeras vezes com pessoas falando mal dos brasileiros. Somos taxados de burros, enrolões, ladrões; e a mulheres? todas putas. Eles não são mal educados o suficiente pra falar na sua cara, mas somos um assunto recorrente, então é muito comum sentar em algum lugar e ouvir uma mesa de portugueses falando mal dos brasileiros. É mais comum ainda ver o tratamente mudar quando descobrem que você é do Brasil. Em certa parte somos culpados. Tem muita gente malandra por aqui; mas tem muita gente trabalhadora e esforçada e inteligente e eu odeio a falta de chance de mostrar quem sou, pois já fui julgada pela minha nacionalidade. É difícil as vezes ter um lugar ao sol.
Eu tenho muitas coisas boas pra falar, mas eu gostaria de antes ter pensado nisso.
Estar num país diferente, com pessoas, que apesar de falarem sua língua, pensam diferente.
Eu mudei, tive todos os choques ao mesmo tempo: estar longe, sozinha, no inverno, começando uma faculdade muito puxada, com um sistema de ensino pesado, sofrendo preconceito (quero deixar claro que existem pessoas incríveis aqui, mas o preconceito que existe, é recorrente e incomoda). Parece que a doença ainda deixa as coisas piores, o cansaço triplica, a tontura também... há de haver algum equilíbro. Eu mesma já quis correr por aeroporto e jogar toda essa m@43da pro alto. Mas tem que respirar fundo e pensar mais um pouco na frente.
Portugal tem sido 'abrasileirado' cada dia mais, mas eu ainda acho que existe um pequeno vão entre o que somos, e o que os portugueses são. Algumas coisas admiro e amo, outras nem tanto.
No próximo post eu conto sobre o outro lado da história. Se tiverem dúvidas específicas me mandem. Eu tento responder num outro post.
E minha amiga tem estado bem, não tem me atrapalhado muito. Só me deixa cansada todos os dias como correr 20 maratonas, mas eu ainda consigo perdoá-la por isso (isso também é assunto pra outro post).
Prometo que quando meus exames acabarem eu voltarei a ser uma blogueira decente.


Um beijo, Mari.


quinta-feira, 14 de junho de 2018

De cara nova!

Esses últimos seis meses foram um caos!
Voltar pra faculdade não é muito fácil, e sem desmerecer o meu país, as coisas aqui são muito mais pesadas.
Eu tenho passado por esse período de adaptação e o blog ficou de lado. Ficou de lado pela minha falta de tempo e também porque eu comecei a pensar sobre não querer apenas falar da minha doença. Tenho muito mais a dizer.
Pensei em mudar o nome do blog, pra que me desse essa liberdade. Mas também depois pensei que não. Ele continuará sendo meu diário, e eu continuarei sendo autoimune, haha.
Dessa forma, o post é pra dizer que talvez as coisas mudem um pouco de rumo. Mas sempre vou atrelar minhas experiências à minha amiga, afinal, ela está sempre aqui ditando as regras.
No meu próximo post vou falar de Portugal, muitas pessoas me perguntam como vim, como são as coisas por aqui, e quero falar da minha experiência nesse novo país.
Espero que gostem das mudanças.

Um beijo,
Mari

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Assistência em Portugal

Não tenho escrito não pela falta de tempo, mas pela falta de assunto.
A verdade é que viver com uma doença não é uma vida de acontecimentos. Alguma hora isto tudo passa a ser 'normal', rotina.
Sinto que os posts passarão a ser de assuntos aleatórios! (hahah)
Vou completar cinco meses de país novo, e uma atenção diferente à minha saúde.
Eu ando descuidada, aquela coisa de exercícios e alimentação tem fugido de mim. Simplesmente porque o inverno para um brasileira que sempre viveu a sombra dos 40º é algo para se levar em conta.
Mas, em todos esses anos, tenho algo que nunca tive: um especialista do meu ladinho (literalmente).
As vezes me perguntam: e então, já descobriram o que você tem?
Não, e nem sei se vão.
Seguem meus relatos com minha nova assistência.
Cheguei em Portugal; me inscrevi no centro do saúde, mostrei uma carta da minha médica do Brasil, com todo meu histórico médico.
Problema 1: tenho acesso à saúde integral, mas não tenho número de utente, devido a meu tipo de visto. O que isso quer dizer? Quer dizer que os tratamentos com médicos especialistas são feitos nos centros hospitalares e como todo os sistema é digital, eles não conseguiam me marcar consultas pela falta do tal número. Esse número é como se fosse nosso número do SUS.
A médica de família fez uma carta escrita, e eu fui até o hospital explicar minha situação. A resposta foi: vamos avaliar o seu caso e entraremos em contato.
E entraram? Nunca mais...
Alguns dias depois eu fiquei mal, prevendo a possibilidade de um novo surto; eu não ligava; minha cabeça não funcionava. Então lá fui eu ao serviço de emergência do hospital. Resultado? Fui avaliada pela equipe de neurologia, onde APARENTEMENTE eu não tinha um novo surto, mas precisaria ser confirmado em uma consulta, que me colocaria em pelo menos 6 meses de espera.
Decidi que ia ao médico particular, e pedi uma recomendação. Me recomendaram a própria médica do hospital, e lá fui eu.
Consegui marcar uma consulta que me custou 80 euros. É caro nos padrões daqui? É muito! Mas sabem quanto me custava uma consulta com minha especialista no Brasil? 700 reais.
Ela me pediu uma ressonância e disse: após o resultado vou passar a te acompanhar pelo hospital.
E assim foi. Marcamos as consultas pelo centro de Neurologia e comecei a ser acompanhada.
A médica me disse que eu não estava em novo surto, mas que também não sabia compreender a minha doença e precisava de um tempo para estudar.
E estou esperando, sem grandes convicções acerca de algum super diagnóstico.
Vejo as pessoas daqui falando: essa saúde é realmente péssima. E fico pensando com meus botões: Como assim querido? vou te levar pro Brasil pra você ter uma amostra grátis de saúde péssima.
Eu pedi acompanhamento psicológico, o que passei a ter pelo hospital, sem ter que pagar nada.
O meu medicamento, que tomo 4 caixas por mês, no Brasil me custava 170 reais em média, a caixa. Aqui? Com a receita do hospital pago 1,80 euros em cada caixa. (você não leu errado: a bagatela de um euro e oitenta centimos).
O consultório da minha nova médica fica a 200 metros da faculdade? Pra um autoimune isso é qualidade de vida! É a calma de saber que se tudo der errado você dá alguns passos e finge desmaio na frente da sua médica. É PAZ! hahaha

Beijos, Mari.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Muitas vezes tentamos definir a vida em frases feitas. O mundo dá voltas, a vida é uma montanha russa, blá blá blá. É como se incessantemente procurássemos um manual de como enfrentar tudo isso.
Hoje eu descobri, muito a contragosto, que nada aprendi. Não aprendi porque a vida não é feita de padrões de forma que, as situações nunca são previstas.
Também descobri que nunca nem soube o que quero fazer, quais coisas quero viver, que caminho quero seguir. E também não sei mais dizer se a vida é injusta, ou se eu não aprendi a fazer justiça com a vida que ganhei.
Acho que das frases feitas eu gostaria de dizer: a vida é uma montanha russa. Não se pode nunca esperar pelos dias bons, sem lembrar que os ruins vem a seguir. E porquê? Deve ser aí que está a explicação que todos buscam. Deve ser pela falta de capacidade em se contentar, da tal da busca infinda pela felicidade.
Eu descobri que não sei ir até o fim dos meus planos, de nenhum. Já decidi inúmeras coisas na minha doença, por exemplo; já decidi que ninguém nunca saberia, depois decidi que todos saberiam; decidi que eu seria o exemplo pra todos que passassem pelo mesmo e agora eu sequer consigo enfrentar meus próprios medos.
Acho que tenho feito cálculos errados. A primeira vez que saí de casa, com 17 anos, eu vivia a euforia de uma adolescência, e achava que era dona do mundo, e fui; e eu ainda não estava preparada pra tanta coisa; no final o saldo só foi positivo porque naquele momento (pelo menos), eu me tornei mais forte. Fui e voltei; aos 19 eu saí de novo e agora, com um pouco menos de ilusão, eu vivi os melhores anos da minha vida; mesmo que meu coração doesse de saudade, minhas boas histórias de vida vem daí. E depois eu voltei de novo. E esse voltar doeu, como se de alguma forma eu tivesse perdido minhas asas pelo meio do caminho. Porquê eu tinha TANTOS sonhos, e eles pareciam que tinham que ficar pra trás; a vida que eu ia ter a partir daquela hora parecia me obrigar a pensar assim, então arrefeci. Fiquei por ali procurando coisas que tapassem o buraco das outras coisas (e não deu certo).
Então eu fiquei doente, e passou. E voltou. Posso dizer que esses 8 meses me fizeram a pessoa mais perdida, mais incoerente, mais insatisfeita e mais horrorosa do mundo. Tudo que eu achava que tinha aprendido, eu desaprendi. Perdi o bom senso, esqueci quais eram meus planos, meus sonhos. Tudo começou com uma história meio: Mariana como bom exemplo de vida. Agora eu me sinto mais como: não faça nada do que eu faço se quiser ser feliz.
Todo dia acordo de um jeito inesperado, e nem digo fisicamente, digo psicologicamente. Primeiro eu achava o mundo injusto e cruel, depois eu comecei acreditar que eu tinha então as melhores armas pra fazer a justiça no mundo, e agora eu só tenho pás que cavam o fundo de um poço.
No começo eu achava que tinha aprendido que devemos dizer, nos pormenores, tudo que sentimos, a quem sentimos, e nunca diminuir ou menosprezar a dor de ninguém, a luta de ninguém, o cuidado de ninguém. Hoje eu poderia viver tranquilamente isolada sem respeitar nenhum carinho que as pessoas têm tido, a preocupação que elas têm para comigo. E não me pergunte o motivo, eu apenas não sei. Desaprendi.
Antes eu fui rejeitada, amorosamente falando. Antes da doença, talvez por causa da famosa frase: "bonzinho só se fode". Depois da doença, talvez porque as pessoas pensassem que em algum momento eu seria algum tipo de estorvo (talvez elas estivessem certas), como se eu fosse desenvolver alguma demência, ou cair dura no meio da rua, descobri fortemente o que era preconceito. Agora eu me livrei de todas essas coisas, em alguém, e eu não sei lidar. Não consigo acreditar que posso ser atraente, ou feliz, ou que tenha qualidades suficientes (ou alguma que seja) pra ser percebida, ou 'gostada' (amada aqui ainda seria muito forte), e sabe o que eu fiz? Tenho me tornado a pessoa mais insuportável que qualquer pessoa não ia querer por perto.
Sei dizer que tenho lutado contra todas essas coisas (ou não); mas quando eu supostamente deveria ter aprendido, eu desaprendi.
Hoje quando acordei lembrando de um texto, que na altura da minha adolescência eu lia inúmeras
vezes ele assim diz:
"Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados."
É isso que acontece agora: eu sendo controlada pelos meus atos.
Há uma semana eu decidi que não escreveria mais, mas eu também descobri que esse é o único jeito que sei dizer, com alguma coerência e organização, as coisas que sinto. 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Um novo cérebro em construção

Como já dito, eu voltei a minha vida de estudante. Não sei como funciona pra outras pessoas, mas no meu caso, já que minha doença afeta principalmente meus neurônios, esse tem sido um desafio dos grandes.
Além das minhas tonturas, certos dias acordo meio confusa; e ainda havia citado meus problemas de movimentação do lado esquerdo. Acontece que por acaso eu sou canhota e sou afetada diretamente na escrita (há momentos que eu não tenho coordenação alguma pre escrever).
As últimas semanas têm sido verdadeiramente uma guerra: um cérebro lento e desajustado, em conjunto com um corpo não muito responsivo, tentando voltar ao mundo dos estudos, um pacote de desastres. haha
Eu confesso que tive vários dias (em três semanas de aulas), que quis largar tudo e voltar correndo pra casa. O ajuste tem sido realmente complicado, e como extra, por conta do desmame dos córticos (acredito eu), tenho tido dias realmente ruins (confusão e tontura muito acentuadas). 
Compartilho aqui que não sei ainda como vencer essa guerra. Nesse momento eu deveria estar estudando, mas simplesmente não consigo. 
Acho que tenho me tornado uma pessoa negativa, mesmo sem querer.
A doença tem me imposto limites que eu realmente não tenho conseguido lidar, da melhor forma possível. Nem ao menos sei sei se é possível. 
Estudar, aprender, descobrir, sempre foram atividades que estiveram no topo dos meus preferidos (eu sei que parece assunto de gente nerd fingida, mas juro que é sincero), e simplesmente ganhei rédeas que não tenho conseguido me soltar. 
Mas sigo vivendo ainda em busca de alguma solução que não me deixe parar.

E aí Mari, como é morar em Portugal? FINAL HAHAH

Tenho percebido que as pessoas tem visto Portugal como 'o Eldorado', como o lugar mais maravilhoso e perfeito. Meus posts têm bem e...